Ótimo texto de Mark Ford explicando a importância de se dedicar ao trabalho e fazer sempre o melhor possível.
. . .
Vinícius e Ana moram no mesmo prédio e trabalham no mesmo
escritório. Os dois acordam às 7 horas, tomam banho, comem e chegam ao trabalho
às 8h. É nesse momento que seus hábitos começam a divergir.
Das 8h às 9h (enquanto os demais funcionários chegam ao escritório),
Ana planeja seu dia e trabalha nas tarefas importantes para seus planos de
longo prazo.
Vinícius também gosta de chegar uma hora mais cedo, mas
prefere relaxar lendo o jornal enquanto toma seu café. Vinícius observa Ana
trabalhando e sente pena dela.
“Nós dois levamos crédito por chegar mais cedo”, pensa,
“mas ela trocou sua felicidade por dinheiro.”
Na opinião dele, Ana é gananciosa, tola e egocêntrica.
Ambos escolheram o que fazer no tempo livre, pois
acreditam que vão se beneficiar disso. Vinícius não gosta de trabalhar. Logo,
não quer trabalhar mais do que o estritamente necessário.
Mas, já que é obrigado a fazê-lo das 9h às 18h, imagina
ser melhor realizar um bom serviço nesse tempo. E realiza.
Ana gosta de trabalhar. E, apesar de não apreciar todos
os aspectos de seu serviço, aprecia principalmente a hora entre 8h e 9h da
manhã. Pois é quando planeja seu dia, descobre o que pode realizar e trabalha
em algum projeto que irá melhorar sua vida.
Lá pelas 9h, Vinícius se sente relaxado, mas um pouco
triste. Em alguns minutos, o escritório estará agitado, sua caixa de e-mails
transbordando e o telefone tocará o tempo todo. Ana sente-se melhor do que se
sentia às 8h.
No tempo livre Ana é uma investidora e Vinícius é um
gastador.
Como tal, Ana trabalha das 8h às 9h e recebe dividendos.
A curto prazo, a recompensa é saber que seu dia está planejado, sua caixa de
e-mails organizada e que algo realmente importante já foi realizado.
A médio prazo ela tem o benefício de um dia mais
organizado. E a longo prazo, o trabalho que faz agora proporcionará diversas
recompensas – salário mais alto, posição melhor na empresa, mais
responsabilidade, etc.
Como um gastador, Vinícius não está disposto a trabalhar
aquela hora extra todas as manhãs. Ele prefere usá-la para sua gratificação
instantânea.
De modo geral, valor se multiplica com o tempo. Invista
US$ 1.000 no mercado de ações hoje e pode ter certeza de que terá o dobro em
torno de oito anos (supondo que o mercado cresça 9%). O mesmo princípio é
verdadeiro em relação ao trabalho.
Cada hora que você investe hoje valerá muito mais no
futuro. As recompensas podem ser extraordinárias, monetariamente falando.

Pode não parecer muito no primeiro ano, mas no terceiro
Ana terá subido de nível e conseguido uma posição de gerência com um salário de
US$ 40.000 por ano.
Se continuar trabalhando uma hora extra por dia, acabará
dirigindo a empresa por US$ 175.000 ao ano. Enquanto isso, mesmo apreciando
suas manhãs, Vinícius terá tido uma ascensão profissional bastante lenta. Com
sorte, ganhará cerca de US$ 55.000 por ano como gerente júnior.
Durante os 20 anos de suas respectivas carreiras, Ana
ganhará muito mais dinheiro e terá uma vida material muito mais confortável.
Mas Vinícius não se arrepende de sua escolha.
Afinal, ele aproveitou uma hora por dia de descanso – 5
horas por semana, 260 horas por ano, durante 20 anos – horas das quais Ana
abriu mão. São 5 mil horas de “diversão” que Ana não teve.
Mas, agora, Vinícius e Ana estão com 48 anos e Ana não
precisa mais trabalhar. Ela se aposentou com 4 milhões no banco. Vinícius, no
entanto, é obrigado a continuar no serviço.
Com dois filhos na faculdade, uma financiamento
imobiliário e outras dívidas, ele não poderia se aposentar mesmo se quisesse.
Cada 40 horas por semana que Vinícius trabalha são 40 horas de lazer que Ana
tem à disposição.
Ana levará apenas 120 semanas, cerca de dois anos e meio,
para alcançar Vinícius em termos de tempo gasto com lazer durante todos os anos
entre as 8 e 9 horas da manhã.
E Ana não será apenas muito mais rica e livre do que
Vinícius, como também terá 2 mil horas extras de lazer por ano.
Esse exemplo está em dólares, pois estou aqui nos Estados
Unidos. Mas a lógica é a mesma para vocês que estão aí no Brasil.
Quando decidir fazer algo, dê o melhor de si. Dedique-se
ao que lhe foi designado. A construção de riqueza também começa com fazer seu
melhor, organizar suas planilhas, organizar seu dia e “perder” algumas horas
para depois ser recompensado.
Abraços,
Mark Ford
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Mark Ford é autor, empresário, editor, investidor e consultor. Bacharel pelo Queens College - CUNY, mestre pela Universidade de Michigan e doutor pela Universidade Católica. Em 1982, mudou-se para Palm Beach, Florida, e trabalhou no mercado de publicações. Tornou-se um multimilionário e aposentou-se aos 39 anos. Mais tarde, fundou a Palm Beach Research Group e atualmente ensina pessoas a criar riqueza. Mark Ford é colunista do site Criando Riqueza.
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